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segunda-feira, 22 de agosto de 2016

NÃO SEI POR QUE NASCI




NÃO SEI POR QUE NASCI
Sinto chegar-me, enfim, mais um agosto
no calendário frio da existência;
as rugas que descubro no meu rosto
são marcas de pesar por tua ausência!
Busco sentir, ainda, toda essência
dos beijos que te dei, o doce gosto
do batom perturbando a transparência 
do lenço, onde pranteio o meu desgosto...
Este passado preso à minha mente
só me deprime, só me faz descrente
do amor, da paz, de tudo que perdi!
Nesta data eu reflito e questiono
a razão de uma vida de abandono:
eu já nem sei, sequer, por que nasci!
   Eraldo Gomes de Oliveira