A V I D A
Na água do rio que procura o mar;
no mar sem fim; na luz que nos encanta;
na montanha que aos ares se levanta;
no céu sem raias que deslumbra o olhar;
no astro maior; na mais humilde planta;
na voz do vento, no clarão solar;
no inseto vil, no tronco secular,
- a vida universal palpita e canta!
Vive até no seu sono a pedra bruta...
Tudo vive! E alta noite, na mudez
de tudo, - essa harmonia que se escuta
correndo os ares, na amplidão perdida,
essa música doce é a voz, talvez,
da alma de tudo, celebrando a Vida!
(Olavo Bilac)
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